A Pastoral da Saúde, no sentido mais aberto, existe desde a década de 1980 como organismo da ação social da CNBB.
A Pastoral Hospitalar da Arquidiocese de Belo Horizonte nasceu a partir de um olhar mais atento à misericórdia e justiça de Deus, instituída em 2011 pelo nosso arcebispo Dom Walmor Oliveira de Azevedo, para levar assistência religiosa e conforto espiritual aos enfermos hospitalizados, no desejo que “todos tenham vida e a tenham em plenitude”.
Hoje em dia, os tratamentos ambulatoriais visam aquelas condições de saúde que não oferecem risco maior, de diagnóstico e tratamento possíveis nesta situação ou o acompanhamento de doenças graves e estáveis.
Os pacientes hospitalizados, normalmente, são pacientes cuja vida corre perigo, que estão instáveis, necessitam procedimentos diagnósticos ou terapêuticos mais complexos, cirurgias, CTI, etc.
Tais pacientes hospitalizados estão fora do seu convívio domiciliar, em situação de ansiedade pela vida que corre algum perigo, insegurança pelo desenrolar ou desfecho da sua enfermidade.
Daí necessitarem de um cuidado especial, de um apoio espiritual humano e fraterno, além dos cuidados médicos habituais.
A crença e a fé destas pessoas podem vacilar porque a saúde delas está, por hora, instável ou pouco definida.
Nosso Arcebispo, com a sua vivência junto aos necessitados de saúde, percebeu que a Diocese poderia fazer-se mais presente nestes lugares específicos de Clínicas e Hospitais, de forma mais coordenada e controlada.
Desta forma, a provisão de assistência hospitalar foi dada a dois diáconos permanentes (Paulo Taitson e Cid Ferreira) para que pudessem organizar esta assistência na Diocese, tendo em vista que muitos hospitais não dispunham de capelães.
Hoje mais de quarenta clínicas e hospitais, conforme o site da Diocese, dispõem de capelão (padre ou diácono) bem como a referência de um bispo auxiliar.
O papel dos diáconos permanentes responsáveis pela Pastoral Hospitalar é zelar para que estas instituições não fiquem sem assistência sobretudo em época de substituições, nomeações ou mudanças de padres, reportando ao Sr. Arcebispo as necessidades e os resultados.
Apesar de cada hospital contar com capelão (padre ou diácono) designado ou responsável, eles possuem horários para o atendimento de suas funções que, normalmente, não são as únicas. Daí que todo clérigo deve colaborar com a assistência religiosa hospitalar, sobretudo de seus paroquianos, quando solicitados.
Todas as instituições listadas no site da Pastoral Hospitalar da Arquidiocese de Belo Horizonte contam com a visita semanal aos enfermos por equipe própria de ministros extraordinários da Eucaristia, celebrações litúrgicas da Palavra ou missa, bênção, bem como confissão, unção dos enfermos quando solicitado e até batizados de emergência.
É de suma importância salientar a relevância do trabalho das equipes de ministros da Eucaristia, que visitam semanalmente todos os pacientes internados. Boa parte dos pacientes é católica e fica muito consolada com a oração e o recebimento da Eucaristia. Quando são de outra denominação religiosa ou sem religião definida os pacientes, normalmente aceitam a visita fraterna e a oração que trazem conforto, confiança e esperança.
Certa ocasião, um paciente em determinado hospital recebeu a visita de um ministro da Eucaristia, que ele não esperava. A pessoa apresentou-se e perguntou ao paciente se ele era católico e se desejava receber a Eucaristia. Ele ficou tão feliz e agradecido com o acontecido que, segundo ele, não sentiu dores e teve alta antecipada porque a sua evolução foi melhor do que a esperada.
Esse cuidado espiritual especial com os pacientes hospitalizados tem ajudado na humanização destes espaços terapêuticos, criando uma atmosfera de conforto espiritual, de confiança, menor angústia, menor ansiedade e serenidade.
Em determinada maternidade, o trabalho conjunto dos psicólogos e do diácono designado tem trazido mais alegria, mais aceitação das perdas, mais conforto diante do inesperado.
Em outro hospital com internações e atendimentos de urgência o atendimento pastoral tem ajudado aos familiares, ao paciente e a equipe de saúde da instituição minorando as dores, as incertezas e os insucessos.
Os diretores e chefias destes hospitais percebem que a assistência espiritual e de conforto dão uma tônica diferente à instituição, produz tendência a diminuir as complicações, aumenta a colaboração e a compreensão por parte dos pacientes e familiares.
Deste modo, a pastoral hospitalar contribui para reduzir as complicações, reduzir o tempo de internação e contribui para a humanização destes locais.
Acompanhando e vivenciando o comportamento e o testemunho dos pacientes, acompanhantes, cuidadores, familiares, bem como dos funcionários e de outras pessoas ligadas hospital, acabam por colaborar e participar deste trabalho comunitário que dignifica a todos e valoriza a vida.
A defesa e o cuidado da vida, o conforto espiritual e a presença solidária da Igreja tem sido o destaque da Pastoral Hospitalar, respeitando a crença e a individualidade das pessoas, cuidando também dos familiares, dos funcionários e de toda a equipe de saúde de maneira harmônica e fraterna.
A Pastoral Hospitalar tem sido uma experiência frutuosa de evangelização, conforto espiritual e solidariedade levando Cristo aos carentes ou necessitados de saúde e contribuindo para a humanização dos hospitais e clínicas da Arquidiocese de Belo Horizonte.